quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A MÁSCARA

O riso  
A mofa  
O escárnio
Para que se não repare neste pobre
Mamífero à mercê do acaso
A lisonja por seguro de vida
O desdém em fuga ao compromisso
O urro que apavora em confronto.

Ergo-me deste inferno  
Burlão
Gatuno  
Assassino se mo permitirem
Ergo-me consternado deste inferno em que vivo.

Que retrato é o meu?

20-II-2012

James Ensor, «Auto-Retrato com Máscaras», 1899
colecção particular

2 comentários:

Rita Santana disse...

Belo poema, intenso, oportuno! Bela islustração! Um abraço!

Ricardo António Alves disse...

Muito obrigado, Rita, outro para si!