quarta-feira, 28 de março de 2012

JÚLIO, DO AR


 Do ar júlio engenheiro jovem
Alto poeta pinta a menina que se
Dá ao bácoro burguês não
Faz mal pensa a menina três
Minutos de nojo o olfacto
Não estranha já.

Podia ser minha neta pensa
O burguês sebento bácoro
São três minutos de engano eu
Bácoro e sebento outros serão
Muitos mais foram.

Do ar júlio jovem pintor e
Alto poeta pensa que a miséria
Humana será lavada com tinta
Cor do sangue.

E chora.
5/6-III-2012

Júlio, O Burguês e a Menina
Centro de Arte Moderna, Lisboa

6 comentários:

Anónimo disse...

É..., amigo, fica difícil ser poeta quando os Donos-do-Capital convertem nossas Musas em uma coisa triste e mesquinha. Um misto de nojo e melancolia se instala no meu peito quando penso que as mulheres jovens e belas deveriam estar com os poetas jovens (belos ou não) e não com os burgueses sem um pingo de emoção.

Como diz Mallarmé: "A carne é triste, sim, e eu li todos os livros."

Abraços, amigo poeta.

Ricardo António Alves disse...

Salvem-se as poetas, caro Rodrigo!...
Abraço

Anónimo disse...

salvem-se os poetas, sem dúvida!

Ricardo António Alves disse...

e que nos salve a poesia -- o poema nosso de cada dia nos dai hoje :)

Anónimo disse...

Amém!

O último reduto dos sonnhadores é a poesia.

Ricardo António Alves disse...

Como vocês dizem: é isso aí :)