Pinheiro devastado
Arrancado à infância
Arrancada às raízes.
Pinheiros
Minhas árvores
Arrancadas à devastada
Infância em flor.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
MUNDO DE AVENTURAS
Uma pequena aldeia na planície arménia
Nevoeiro matinal no porto de dieppe
O silvar agudo no cimo dos cárpatos
Um castelo solitário num lago escocês
Um junco chinês no mar do japão
Um trilho de camelos na rota da seda
Um catre vazio no mosteiro da arrábida
Uma via romana na serra do gerês
Uma mesa de cozinha e odores de outono
Um eucaliptal onde brinco com o avô
O último número da revista tão esperada
Despojos da infância que se me acabou.
21 de Março de 2001
Nevoeiro matinal no porto de dieppe
O silvar agudo no cimo dos cárpatos
Um castelo solitário num lago escocês
Um junco chinês no mar do japão
Um trilho de camelos na rota da seda
Um catre vazio no mosteiro da arrábida
Uma via romana na serra do gerês
Uma mesa de cozinha e odores de outono
Um eucaliptal onde brinco com o avô
O último número da revista tão esperada
Despojos da infância que se me acabou.
21 de Março de 2001
Etiquetas:
«auto-retratos»,
«estesias»
segunda-feira, 23 de abril de 2012
HURRAH!
Os olhos eram inexpressivos mas a matrona tchetchena estava feliz como há muito lhe não sucedia Encontrara o cadáver do neto Tinha treze anos e brincava com as irmãs no jardim quando passaram os russos e decidiram cortar pela raiz o embrião de terrorista.
28-VI-2003
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«a guerra é a guerra»,
«da humanidade»,
«história antiga»,
«mundo cão»
sexta-feira, 20 de abril de 2012
FRANJA
A franja esconde
Te os olhos grandes
O vestido justo molda
Te as coxas exuberantes
Tão descaradas como
Os teus grandes olhos
Escondidos pela franja.
Te os olhos grandes
O vestido justo molda
Te as coxas exuberantes
Tão descaradas como
Os teus grandes olhos
Escondidos pela franja.
VI-2003
quarta-feira, 18 de abril de 2012
UM SOBREVIVENTE DO TARRAFAL
Vejo-o velho
Anarquista digno
E austero casaco
Abotoado sem
Gravata nem
Dentes
Quase pede licença para falar
Chega-me um
Hálito de morte
Com a sua voz
Sumida não me importa
Tanto o que diz
Nem como o diz
Anarquista digno
E austero casaco
Abotoado sem
Gravata nem
Dentes
Quase pede licença para falar
Chega-me um
Hálito de morte
Com a sua voz
Sumida não me importa
Tanto o que diz
Nem como o diz
A figura é tudo.
24-V-2003
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«da humanidade»,
«da morte»,
«história antiga»
segunda-feira, 16 de abril de 2012
SOL DE JUNHO
O sol de Junho irradia
Sem extinguir-se a moinha
A chover-nos dentro.
Somos atravessados pela melancolia
Choro intenso de lágrimas secas.
Trazemos em nós o próprio feto
Que continuamente violentamos.
Sem extinguir-se a moinha
A chover-nos dentro.
Somos atravessados pela melancolia
Choro intenso de lágrimas secas.
Trazemos em nós o próprio feto
Que continuamente violentamos.
VI-2001
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quarta-feira, 11 de abril de 2012
PERSEGUIÇÃO
Se te distraíste quando falavas e as palavras resvalaram
Se deixaste ferver em demasia a água para o chá
Se um frémito te invade o centro do corpo e sobe até o esmagares com os lábios
Fui eu que passei por baixo da tua janela para estar mais próximo
Fui eu que rondei a tua casa na esperança de te ver à porta.
Eu
Que me recuso a largar-te e não te deixo em paz.
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«excitações»,
«patéticas»
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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