segunda-feira, 19 de março de 2012

RÉPLICA

Eras nesse casamento a imodéstia do vestir
Simples de todos os dias.

Divergias das fêmeas ciosas na igreja
Opulentando de transparência os vestidos
Decotes pelo peito abaixo saltos agulha
Em velado convite à cobrição.

E eras em tudo mais que elas   
Em mérito em cérebro em desejo
Ardente que uma natural reserva
Não conseguia comigo conter-se.

Quase nada era preciso
Para cairmos um no outro.

Mas não sabes ou saberás
Pois isto nunca verás    
Que não eras tu quem eu queria
Pequena árabe
(Ou israelita)
Há séculos convertida  
Retrato da que há anos me agrilhoa.

Tivéssemo-nos tido doce judia
(Ou agarena)   
E seria em outra mulher que eu julgaria estar
O original de ti réplica
Involuntária e imerecida
Na minha cabeça desaustinada.

A que tarde ou cedo lerá estes versos   
Sabendo que é dela que falo e me consome
E se consome pelo medo de se deixar amar.

13-III-2012

Sem comentários: