quinta-feira, 29 de agosto de 2013
FIM DE TARDE
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Nina Simone
sexta-feira, 26 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
DA MORTE EM VIDA
Eu digo-te como é
A cara dos que sofrem
Muito aqueles que
As tuas lágrimas não
Salvam e haviam já morrido
Quando deste por eles.
É a cara da
Surpresa pelo
Limite do
Suportável da
Existência há
Muito passada.
Eles vivem sem
Querer viver contra
Eles vivem e nós miramos
De longe o rosto
Da dor a máscara
Da desesperança a
Morte em vida.
Outubro 2008
A cara dos que sofrem
Muito aqueles que
As tuas lágrimas não
Salvam e haviam já morrido
Quando deste por eles.
É a cara da
Surpresa pelo
Limite do
Suportável da
Existência há
Muito passada.
Eles vivem sem
Querer viver contra
Eles vivem e nós miramos
De longe o rosto
Da dor a máscara
Da desesperança a
Morte em vida.
Outubro 2008
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
QUASE TODOS
Lareira que me acolhe em
Novembro quase estranho
Numa sala do ribatejo mexe
Nemésio as mãos sábias e pose
De cão de estar na tv preta
E branca sobre um parapeito
Com estante e dezenas de
Livros da colecção vampiro.
Quentes as vozes dos anfitriões
E as nossas.
Quase todos mortos.
Novembro quase estranho
Numa sala do ribatejo mexe
Nemésio as mãos sábias e pose
De cão de estar na tv preta
E branca sobre um parapeito
Com estante e dezenas de
Livros da colecção vampiro.
Quentes as vozes dos anfitriões
E as nossas.
Quase todos mortos.
26/27-II-2013
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Vitorino Nemésio
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
DO MERECIMENTO
Rápida esguia
Apanhado o cabelo oh
Tão bem apanhado
Passas-me por baixo
Da janela e nem suspeitas
Que o vislumbre dos teus quadris
Adivinhados sob o longo casaco
Doutra época os sapatos dum
Castanho eduardino ou vitoriano
E o teu cabelo apanhado oh
Tão bem apanhado nem suspeitas
Me mereceram este poema.
Apanhado o cabelo oh
Tão bem apanhado
Passas-me por baixo
Da janela e nem suspeitas
Que o vislumbre dos teus quadris
Adivinhados sob o longo casaco
Doutra época os sapatos dum
Castanho eduardino ou vitoriano
E o teu cabelo apanhado oh
Tão bem apanhado nem suspeitas
Me mereceram este poema.
19/21-II-2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
ÁRVORE -- atraiçoo Mario Benedetti
Era uma árvore sem nome que à noite
não em todas as noites mas em algumas
se tornava quase luminescente
como um tic vegetal da sua alegria
mas as corujas e os morcegos
as corujinhas e os mochos
ficavam tão perplexos
que desapareciam
e no entanto ela era assim
porque aquela árvore albergava
um sentimento em cada folha
e a luminescencia apenas era
a excitaçao do seu coração
numa noite de tempestade
um raio abrigou-se na sua copa
mas esta não apagou as suas luzes
e o raio desfez-se
há que ter em atenção
que em cada amanhecer
a árvore apagava-se
isto é dormia
às vezes despertava
cheia de passarinhos
mas não era a mesma coisa
não em todas as noites mas em algumas
se tornava quase luminescente
como um tic vegetal da sua alegria
mas as corujas e os morcegos
as corujinhas e os mochos
ficavam tão perplexos
que desapareciam
e no entanto ela era assim
porque aquela árvore albergava
um sentimento em cada folha
e a luminescencia apenas era
a excitaçao do seu coração
numa noite de tempestade
um raio abrigou-se na sua copa
mas esta não apagou as suas luzes
e o raio desfez-se
há que ter em atenção
que em cada amanhecer
a árvore apagava-se
isto é dormia
às vezes despertava
cheia de passarinhos
mas não era a mesma coisa
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
O QUE INTERESSA
Esmifra-te pá!
Instalado copo
Na mão cigarrilha
Entredentes tenho
O cinismo para tirar
O insuficiente do que
Escreves para existir.
Mantém-te pobre pá
Incorrupto e só
Só durante o tempo
Que o talento to permitir.
Não tenho a coragem
Do teu sofrimento se
Fores dos meus deixarás
Gargalo e mortalha e
Passarás empoltronado
Ao amor que segura.
Passarás ao que interessa.
Instalado copo
Na mão cigarrilha
Entredentes tenho
O cinismo para tirar
O insuficiente do que
Escreves para existir.
Mantém-te pobre pá
Incorrupto e só
Só durante o tempo
Que o talento to permitir.
Não tenho a coragem
Do teu sofrimento se
Fores dos meus deixarás
Gargalo e mortalha e
Passarás empoltronado
Ao amor que segura.
Passarás ao que interessa.
I/II - 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
ESTORIL (CASA)
Uns partiam
Eu ficava
Outros eram presos
Eu ficava
Alguns morriam
E eu ficava.
Mundo fora
Do mundo e fora
Do tempo vestígio
Único brilho de
Empréstimo quando
Tudo à volta era
Roto pobre e feio.
Eu ficava
Outros eram presos
Eu ficava
Alguns morriam
E eu ficava.
Mundo fora
Do mundo e fora
Do tempo vestígio
Único brilho de
Empréstimo quando
Tudo à volta era
Roto pobre e feio.
domingo, 23 de dezembro de 2012
DOS RESTOS DE HUMANIDADE
Como sobreviver
À merda que nos sai
Ao peido nauseante?
Beethoven traquejava
Eu sei isso alivia-me
Misericórdia porém
Como esquecê-lo quando
O mesmo chanel passa
Uma e outra vez e entumece?
Como não rir do patriarca
Em massagem de natal
Do pr nos votos de ano bom?
É fodido.
À merda que nos sai
Ao peido nauseante?
Beethoven traquejava
Eu sei isso alivia-me
Misericórdia porém
Como esquecê-lo quando
O mesmo chanel passa
Uma e outra vez e entumece?
Como não rir do patriarca
Em massagem de natal
Do pr nos votos de ano bom?
É fodido.
23-XII-2012
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Ludwig van Beethoven
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
O QUE PASSA
Um sol morno que perfura as nuvens e te aquece
Uns seios que apetece trincar
O cheiro molhado da terra
O cão que te abana a cauda
O encontro no chegar a casa
A ilusão de óptica nas jantes dum carro inglês
Aquela frase que te saltou do livro
O verso que veio ter contigo
Um looping de avioneta no céu de cascais
Um vestido curto de fêmea
Uma bica com café do nabeiro
Um sax que não se sabe de onde vem.
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012
CHUVA
E havia
Aquelas tardes de
Outono quando
A chuva aparecia
Sem avisar a praia
Convidava ao puro
Repouso sem outra
Coisa em mente que
Não o escorregar da
Areia por entre os
Dedos à cadência de
Cada onda a
Estatelar-se com
Estrondo.
Ficávamos
Por ali, indiferentes
À moinha, gratos
Pelo que a vida
Nos dava, sem
Pedir nada em
Troca.
Aquelas tardes de
Outono quando
A chuva aparecia
Sem avisar a praia
Convidava ao puro
Repouso sem outra
Coisa em mente que
Não o escorregar da
Areia por entre os
Dedos à cadência de
Cada onda a
Estatelar-se com
Estrondo.
Ficávamos
Por ali, indiferentes
À moinha, gratos
Pelo que a vida
Nos dava, sem
Pedir nada em
Troca.
Maio 2008
terça-feira, 30 de outubro de 2012
NUM COMENTÁRIO A NINA RIZZI
Mágica Rua dos Douradores, tão audível, tão palpável...
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Nina Rizzi
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
TARDES
O sol ainda aquecia pelas sete
Das tardes de setembro a praia
Estava por nossa conta e não
Queríamos voltar para casa
Entrávamos na água com o
Estrondo ecoando no areal vazio.
Soltávamos insultos a nós e
Às nossas mães quebrávamos
Os interditos cheios de inocência.
A vileza vinha longe.
Das tardes de setembro a praia
Estava por nossa conta e não
Queríamos voltar para casa
Entrávamos na água com o
Estrondo ecoando no areal vazio.
Soltávamos insultos a nós e
Às nossas mães quebrávamos
Os interditos cheios de inocência.
A vileza vinha longe.
Maio, 2008
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
JORNAL
Ainda estava tudo para acontecer quando lias no diário de lisboa as tiras do tio carlos
As inundações de 67 o sismo de 69 o 25 de abril de 74
A vida já era complicada mas não ligavas grande coisa à vida.
A vida continua estranha e dás-lhe pouco cavaco
Só te apetece pegar no diário de lisboa que já não existe
E ir à procura de mais uma aventura do tio carlos.
As inundações de 67 o sismo de 69 o 25 de abril de 74
A vida já era complicada mas não ligavas grande coisa à vida.
A vida continua estranha e dás-lhe pouco cavaco
Só te apetece pegar no diário de lisboa que já não existe
E ir à procura de mais uma aventura do tio carlos.
Maio 2008 /
/ Outubro 2012
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
YOU'RE GOING TO LOSE THAT GIRL
A timidez é uma fraqueza
Da alma a cobardia de ser.
Yes yes you’re going to lose that girl.
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domingo, 14 de outubro de 2012
DA PERDA
As mães dão-nos (a)o mundo, e levam uma porção de nós com elas.
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terça-feira, 9 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
VARANDA
O rio e o porto o mar
Que se abre eu vejo-
-Os da mais alta varanda
Da lapa trafaria em frente painéis
De almada na gare marítima
Adivinhados para lá do corredor
Do rádio a voz de amália "cais
De outrora" podia tudo acabar
Neste agora outrora sem
Futuro e acabava bem.
Que se abre eu vejo-
-Os da mais alta varanda
Da lapa trafaria em frente painéis
De almada na gare marítima
Adivinhados para lá do corredor
Do rádio a voz de amália "cais
De outrora" podia tudo acabar
Neste agora outrora sem
Futuro e acabava bem.
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